Avenida Fontes Pereira de Melo

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António Maria de Fontes Pereira de Melo (n. Lisboa, 1819-09-08; m. Lisboa, 1887-01-22.) Ministro das Obras Públicas.

Filho de João Fontes Pereira de Melo (1780-1850) e Jacinta Venância Rosa da Cunha Matos (1780-1835). Aos 15 anos de idade assentou praça na Armada, tendo realizado os seus estudos na Academia dos Guarda-Marinhas. Ainda aluno desta instituição, chegou a participar na luta contra as tropas Miguelistas. Após a conclusão dos 3 anos do Curso Naval deslocou-se para a Arma de Engenharia do Exército, matriculando-se na Academia da Fortificação (que, em 1836, se viria a transformar na Escola do Exército).

Em 1839, ano em que concluiu o curso da Academia, foi promovido a Tenente. No mesmo ano, o seu pai foi nomeado Governador de Cabo Verde, tendo-se tornado seu ajudante e Engenheiro de Obras Públicas naquele arquipélago. Regressou a Lisboa em 1842, entretanto casado com D. Maria Josefa de Sousa Machado, mas pouco tempo depois enviuvou, tendo igualmente perdido a sua filha.
Encetou a vida política em 1848, por via da sua eleição para deputado de Cabo Verde e, após a Regeneração de 1851, chegou aos cargos governativos. Já no Governo tornou-se no primeiro titular do cargo de Ministro das Obras Públicas, do Comércio e Indústria, da Marinha e do Ultramar (1852). Quatro anos mais tarde, o governo liderado por João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun (1790-1876), Duque de Saldanha, entra em depressão e cai.

Em 1858, por ocasião do falecimento de *Rodrigo da Fonseca Magalhães (1787-1858), assumiu a direcção do Partido Regenerador, voltando ao Governo. Na qualidade de Ministro da Guerra, no ano de 1881, iniciou uma reforma do exército que envolveu a criação de novos regimentos de infantaria, de cavalaria, de artilharia, bem como a reorganização de outros batalhões, através da aquisição de novos torpedeiros.
Enquanto Ministro das Obras Públicas, votou a iniciativa das obras para o Porto de Lisboa. Ainda neste contexto, foi responsável pela construção de inúmeras vias de comunicação, designadamente as ligações a vapor nos rios Tejo e Sado, e entre Lisboa e os Açores. Contratualizou a introdução de telegrafia eléctrica, o estabelecimento da rede de águas de Lisboa, os caminhos-de-ferro entre Lisboa e Sintra, a construção de novos troços ferroviários no Douro e ligações até Badajoz e Galiza. Procedeu ainda à reconstrução do convento dos Jerónimos.

Ao longo do seu extensíssimo percurso, foi condecorado com as ordens do Tosão de Ouro, Ordem da Anunciada, com a Grã-Cruz da Torre e Espada, Ordem de São Bento de Avis, Ordem da Legião de Honra de França, Ordem de Leopoldo da Bélgica, Ordem de São Maurício, Ordem de São Lázaro de Itália, Ordem do Cruzeiro do Brasil, Ordem de Mérito Militar, Ordem da Isabel a Católica de Espanha, Ordem de Leão da Holanda, Ordem da Coroa de Sião, Ordem do Sol Nascente do Japão, Ordem do Leão da Pérsia e, inclusive, a Ordem do Carlos III de Espanha.
No final da sua vida, que terminou subitamente, era General do Exército, Governador da Companhia do Crédito Predial Português e Presidente do Supremo Tribunal Administrativo.            

Designado Avenida Fontes Pereira de Melo pela Deliberação Camarária de 4 de Dezembro de 1902 e respectivo Edital do Governo Civil de 11 de Dezembro do mesmo ano, este arruamento inicia-se na Praça Marquês de Pombal e termina na Praça Duque de Saldanha.

Bibliografia
Ferreira, Vitor Matias (1987) A Cidade de Lisboa: De Capital do Império a Centro da Metrópole. Lisboa: Publicações Dom Quixote;
Mónica, Maria Filomena (1997). “Um político, Fontes Pereira de Melo” in Análise Social, vol. XXXII (143-144) (4.º - 5.º), pp. 731-745.

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