Calçada da Patriarcal

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Basílica Patriarcal de Lisboa

Após o Terramoto de 1755, o Rei D. Pedro V (1837-1861) ordenou a reconstrução da nova sede do Patriarcado de Lisboa, tendo sido estabelecido que iria ser erguida a partir das ruínas do palácio do Conde de Tarouca, situado onde hoje se situa a *Praça do Príncipe Real. O motivo da alteração do local deveu-se a questões relacionadas com a segurança dos terrenos, já que a anterior Igreja Patriarcal havia sido totalmente devastada pela catástrofe sísmica. A sua construção foi determinada por D. João V (1689-1750), que iniciou todo o processo através da convocação de fidalgos, ministros e arquitectos em 1715, para justamente decidirem em que local se iria edificar o templo, tendo acordado que, malogradamente, o Paço da Ribeira seria o mais adequado.

No dia 16 de Junho de 1756 foi celebrada a primeira missa num barracão improvisado na nova localização da futura Basílica, a par do início das obras. Tratou-se de um empreendimento de gigantesca monta, que obrigou a um delicado processo de expropriação e de despejo dos habitantes e comerciantes das áreas contíguas, levado a cabo implacavelmente pelo *Marquês de Pombal (1699-1782) e pelo Desembargador Superintendente das Obras da Patriarcal, *João Caetano Thorel da Cunha Manuel (n. 1703). Com efeito, foi necessário contemplar espaços de habitação para o Corpo Patriarcal, composto por 444 pessoas, desde os Principais, Cónegos, Beneficiados até aos Clérigos, Sacristães e restante pessoal associado.

As obras foram concluídas em 1761, tendo vindo a necessitar de sucessivas intervenções nos anos subsequentes.

Muito embora se atribua ao dia 10 de Maio de 1769 a destruição total da Basílica em consequência de um incêndio criminoso, segundo o Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, esta data assinala um pequeno incêndio, remetendo para 1771 o fogo-posto fatal.

O incendiário, de seu nome Alexandre Franco Valente, foi capturado em Faro. Foi Confessou em tribunal o crime, justificando-o com a necessidade de esconder provas de roubos levados a cabo nos paramentos e nas armações. Foi condenado a pagar as custas do processo e a uma morte duríssima: foi atado à cauda de um cavalo, acoitado com um baraço e um pregão, tendo sido conduzido ao Sítio da Cotovia (actual Praça do Príncipe Real), onde foi amarrado a um poste, garrotado e queimado vivo.

Neste contexto, o local passou a ficar conhecido por Largo da Patriarcal Queimada.

Anteriormente designado Calçada Nova da Patriarcal Queimada, este arruamento foi renomeado para Calçada da Patriarcal pela Deliberação Camarária de 18 de Maio de 1889 e respectivo Edital do Governo Civil de 8 de Junho do Mesmo ano. Inicia-se na Praça da Alegria e termina na Praça do Príncipe Real.


Bibliografia

Calçada da Patriarcal (s.d.). Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa

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