Largo do Rato

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Luiz Gomes Coronel de Sá e Menezes. Descendente de Manuel Gomes de Elvas, fundador do Mosteiro de Nossa dos Remédios das Religiosas da Santíssima

Filho de Luís Nunes Coronel e de Maria Josefa da Silva, nasceu no final da década de 60 do século XVII. Trata-se do bisneto de um irmão de Manuel Gomes de Elvas, que fundou nos seus terrenos em Campolide um mosteiro destinado a albergar quarenta freiras da Ordem Trinitária, uma área que viria a ficar conhecida na altura como a zona do Rato.

O alvará da de licença de construção foi concedido no dia 15 de Maio de 1614 pelo Rei D. Filipe II de Portugal (1578-1621).

O processo associado à edificação deste convento foi burocraticamente moroso, tendo sido o seu descendente, Luiz Gomes de Sá e Menezes, de alcunha O Rato, a conseguir dar início às obras em 1633, doze anos após a sua morte, considerando-se que tenha sido justamente a sua alcunha a inspirar a designação actual do arruamento aqui apresentado.

No seu testamento, Manuel Gomes instituiu dois morgadios que viriam a ser herdados pelos seus descendentes indirectos, já que não tinha filhos, com a obrigação de concluírem o mosteiro.

O edifício, o primeiro Ordem da Santíssima Trindade em Lisboa, ficou concluído em 1721, ano em que formalmente as religiosas o puderam habitar. Em 1874, o então chamado Convento da Nossa Senhora dos Remédios das Freiras da Santíssima Trindade, vulgo, Convento do Rato, foi tomado pelo Estado no seguimento da morte da última freira, para, nove anos depois ter sido convertido no Asilo de Nossa Senhora da Conceição, destinado a raparigas abandonadas.

Com o correr dos séculos, o edifício assumiu vários papeis: Provedoria Central da Assistência (1910), Asilo de José Estêvão de Magalhães (1914), Direcção-Geral da Assistência Pública (1928), Direcções-Gerais da Segurança Social (1971, 1977, 1991, 2000, 2004, 2005).

Neste local foi ainda construído o Chafariz do Rato em Março de 1754, abastecido pela Mãe de Água das Águas Livres, tal como definido nos planos de Carlos Mardel no âmbito da extraordinária obra do *Aqueducto das Águas Livres.

Designado Largo do Rato pelo Edital do Governo Civil de 23 de Dezembro de 1948, este arruamento resulta da confluência da Rua Alexandre Herculano, Avenida Álvares Cabral e Rua das Amoreiras.

Foi também anteriormente designado por Rua Direita do Rato, Rua do Rato e Praça do Brasil, esta última por Deliberação camarária de 29 de Setembro de 1910 e Edital de 5 de Novembro do mesmo ano, como forma de homenagear a presença presidente deste país em Lisboa na altura (tal como a *Praça do Príncipe Real neste mesmo decreto havia sido designada Praça do Rio de Janeiro), muito embora, tal como acima referido, retornou ao seu nome original em 1948, já que a população lisboeta não deixou de utilizar o nome Rato associado a este topónimo.

Bibliografia

Augusto-França, José, A sétima colina: roteiro histórico e artístico, Lisboa, Livros, Horizonte, 1994, p. 138.

Melo, Ana Homem de (s.d.). Largo do Rato. Gabinete de Estudos Olisiponenses;

Santana, Francisco e Sucena, Eduardo, (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, [s. n.], 1994, p. 950.

Sequeira, Gustavo de Matos - Depois do Terramoto. Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1922.

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