Rua de Artilharia 1

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Este regimento teve origem no Troço de Artilharia de Repartição do Mar, criado no século XVII. Até ter sido denominado Regimento de Artilharia 1, pelo Decreto de 19 de Maio de 1806, atravessou várias fases de desenvolvimento, a saber: pelo Decreto de 23 de Novembro de 1708, o Troço de Artilharia de Repartição do Mar foi convertido no Regimento de Artilharia da Corte e da Armada, cuja designação foi alterada pelo Alvará de 9 de Abril de 1762 para Regimento de Artilharia da Corte (ou Regimento de Artilharia de São Julião da Barra).

Na sequência dos Decretos de 22 de Fevereiro e de 23 de Março de 1801, foram-lhe incorporadas duas novas companhias de Artilharia a cavalo, quatro artífices, e o soldo dos seus oficiais foi aumentado. Três anos depois, por via do Decreto de 23 de Junho de 1803, ocorreu uma nova incorporação: a da Bateria de Artilharia Ligeira da Legião de Tropas Ligeiras. Em 1804, o Decreto de 22 de Janeiro subtraiu as três companhias de Artilharia a Cavalo anteriormente incorporadas neste Regimento que, dois anos depois, tal como acima referido, passou a designar-se de Artilharia 1.

Entre 1808 e 1840, foi reorganizado e extinto: o Edital de 30 de Setembro de 1808 definiu a sua reestruturação na Torre de São Julião da Barra, o Decreto de 15 de Abril de 1831 renomeou-o novamente para Regimento de Artilharia da Corte, tendo sido suprimido no âmbito da Convenção de Évora-Monte, no dia 26 de Maio de 1834.
Foi reactivado por Decreto em 1840, no dia 26 de Outubro enquanto 1.º Regimento de Artilharia. Entre 1863 e 1868 foi construído em Campolide o quartel onde este regimento se estabeleceu, o qual, após ter cumprido várias funções foi convertido na sede do Instituto Geográfico Português, fundado em 2002 por via da Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2001 de 10 de Agosto.

A construção deste quartel para o Regimento de Artilharia 1 estava incluída no Plano Geral de Fortificação de Lisboa concebido pelo Ministro da Guerra, Bernardo de Sá Nogueira Figueiredo, Marquês de Sá da Bandeira (1795-1876), um dos dois grandes projectos em que se concentrou o seu trabalho desde 1860 (aprovado numa lei de 1863), sendo o segundo a abolição total da escravatura.

Anteriormente designado por Rua de Entremuros (1897) e Rua José da Silva Carvalho, este arruamento foi renomeado para Rua de Artilharia 1, por Deliberação Camarária de 3 de Agosto de 1911 e respectivo Edital do Governo Civil de 7 de Agosto do mesmo ano, este arruamento inicia-se nas Ruas de São Filipe Neri, terminando na Rua Marquês da Fronteira.

Bibliografia

AAVV (s.d.). Regimento de Artilharia 1 / Regimento de Artilharia da Corte. Arquivo Histórico Militar.
Balula Cid, António José  (1957). Unidades de Artilharia: sua evolução. Lisboa: s.ed
Melo, Ana Homem de (s.d.). Rua de Artilharia 1. Lisboa: Gabinete de Estudos Olisiponeneses;
Nascimento, Alfredo Moreira do (1953) O Quartel de Campolide. s.c.: s.ed.
Sequeira, Gustavo Matos de (1917). Depois do Terremoto. Subsídios dos bairros ocidentais de Lisboa. Vol. II. Lisboa: Academia das Sciências de Lisboa.

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