Rua das Portas de Santo Antão

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Convento de Santo Antão / Convento de Nossa Senhora da Anunciada.

Arrumamento assim designado por neste local ter sido construído, aproximadamente em 1400, o Convento dos Cónegos de Santo Antão, constituído por uma Igreja e um Hospital, que foi posteriormente transformado no Convento de Nossa Senhora da Anunciada.

Este processo iniciou-se com necessidade de mudança de instalações das religiosas que habitavam o convento feminino da Ordem dos Pregadores, localizado na encosta do Castelo. As más condições estruturais e contextuais do edifício, levaram a que as 31 religiosas levassem a cabo uma iniciativa no sentido de trocar de instalações com os Cónegos de Santo Antão,
Após assinada a escritura que formalizou esta troca, em 22 de Fevereiro de 1538, a entrada das religiosas para o seu novo Convento da Anunciada este convento, agora situado na estrada que se iniciava nas Portas de Santo Antão até ao lugar de Nossa Senhora da Luz, ocorreu em 1539.

Porém, o estado de elevada degradação do edifício sensibilizou o fidalgo Fernão Álvares Andrade, que patrocinou a reconstrução do tecto da Igreja, a construção de dois dormitórios, bem como as oficinas necessárias ao recolhimento de 50 religiosas. Em sinal de reconhecimento, as religiosas solicitaram a D. João III (padroeiro do Convento), que cedesse a Capela-Mor da Igreja para que fosse panteão do fidalgo e da sua família, pedido autorizado em 1542.

Entre 1602 e 1607, foram levadas a cabo obras de recuperação e de ampliação da Igreja, contando-se, em 1708, uma população de 94 residentes permanentes. O Terramoto de 1755 devastou completamente o edifício e áreas circundantes e vitimou 15 das residentes da comunidade, o que determinou a saída das religiosas para o Convento e Santa Joana e a venda dos terrenos à Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia de *São José, onde, a partir de 1863, se iniciou a construção da Igreja Paroquial dessa freguesia, que abriu ao público no dia 15 de Agosto de 1883.

Iniciando-se no Largo de São Domingos e terminando no Largo da Anunciada, este arruamento atravessou várias designações. Por Edital do Governo Civil de 1 de Setembro de 1859, foi designado Rua de Santo Antão, fundindo a Rua das Portas de Santo Antão e a Rua da Anunciada. No seguimento da Implantação da República, e por via da Deliberação Camarária de 3 de Agosto de 1911 e respectivo Edital do Governo Civil de 7 de Agosto do mesmo ano, foi renomeado Rua Eugénio dos Santos, um dos principais arquitectos envolvidos na reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755.
Finalmente, através do Edital do Governo Civil de 28 de Maio de 1956, esta artéria foi rebaptizada para o nome que ainda hoje subsiste: Rua das Portas de Santo Antão.


Bibliografia

AAVV (s.d.). Convento de Nossa Senhora da Anunciada. InWeb – Acesso Online ao Património.
AAVV (1950-1972). História dos mosteiros, conventos e casas religiosas de Lisboa na qual se dá notícia da fundação e fundadores das instituições religiosas. Lisboa: Câmara Municipal;
Azevedo, Carlos de Moreira (dir.) (2000). Dicionário de História Religiosa de Portugal. Lisboa:Círculo de Leitores.

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