Rua das Taipas

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De acordo com *Gustavo Matos Sequeira, este topónimo surgiu pela primeira vez, enquanto vulgo da Rua de São Sebastião das Taipas, em 1759 nos assentos paroquiais de São José, onde figurava enquanto um novo arruamento desse bairro, a par da *Rua da Conceição da Glória, Travessa de Santo António, e.o.

Em 1903, na obra Lisboa Antiga, referindo-se ao miradouro de São Pedro de Alcântara, *Júlio Castilho descreve-o como “(...) um dos mais agradáveis passeios da cidade, muito concorrido nas tardes e noites de Verão. D’ali se gosa a vista de grande parte de Lisboa e do Tejo, pois fica a 73 metros sobre o nível do rio”.

Organizando-se em dois tabuleiros, desnivelados entre si, estando o inferior nivelado e suportado por um troço de muralha joanina e o superior por muro de suporte de terras, este local estava directamente relacionado com a prática de suicídio, principalmente, segundo Castilho, na sequência do encerramento dos Arcos do *Aqueducto das Águas Livres, pelo mesmo e exacto motivo.

Tendo a muralha, na sua maior altura, vinte metros de altura, da Rua das Taipas, precisamente abaixo, constituía o destino fatal dos suicidas. Deste modo, no dia 7 de Julho de 1856, foi proposta em reunião de Câmara a instalação de uma grade pelo vereador Ayres de Sá, por forma a evitar suicídios, iniciativa que não foi bem recebida pelos seus congéneres. Apesar de construída, em Abril de 1864 ainda não havia sido instalada. De acordo com o Arquivo Municipal n.º 360, a grade custou 516$000 Reis e foi paga em 1866. Não se sabe exactamente a data da sua instalação.

Anteriormente designado Rua São Sebastião das Taipas, o vulgo Rua das Taipas foi oficializado por Deliberação Camarária de 16 de Agosto de 1922 e respectivo Edital do Governo Civil de 17 de Outubro de 1924, tendo o seu início na Rua de São Pedro de Alcântara e o término na Travessa Conceição da Glória.

Bibliografia

Castilho, Júlio (1903). Lisboa Antiga. Lisboa: Antiga Casa Bertrand;
Sequeira, Gustavo Matos de (1917). Depois do Terremoto. Subsídios dos bairros ocidentais de Lisboa. Vol. II. Lisboa: Academia das Sciências de Lisboa.

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