Felipe Romolo Neri (n. Florença, 27 Jun. 1515; m. Roma, 26 Mai. 1595). Eclesiástico.

Filho de Francisco Néri, tabelião florentino e de Lucrécia Soldi. Estudou Humanidades, mas o seu pai enviou-o para São Germano com 16 anos com o intuito de adquirir competências na área do comércio com o seu tio Rómulo. No entanto, cedo concluiu que não seria esse o seu modelo de vida, retirando-se para igrejas ou oratórios diariamente após concluir o seu trabalho de comerciante. Motivado para perseguir a sua verdadeira vocação, rumou a Roma, onde estudou Filosofia na Unversidade La Sapienza e Teologia na Universidade de Santo Agostinho. Nessa altura praticava hábitos alimentares baseados em pão e água uma vez por dia, dormindo poucas horas no chão e dedicando o resto da noite à oração.

Ingressou na Companhia do Divino Amor, onde cuidava dos pobres, doentes, órfãos e encarcerados, bem como no Hospital dos Incuráveis, para acompanhar os internados até ao ao último dia das suas vidas.
Foi ordenado sacerdote em 1551 pelo seu confessor, o Padre Persiano Rosa, tendo celebrado a sua primeira missa no dia 23 de Maio desse ano, bem como integrado a comunidade dos Presbíteros de São Jerónimo. Nesta altura, contando 36 anos, já havia fundado a Fraternidade da Santíssima Trindade dos Peregrinos e dos Enfermos, grupo de leigos que, a seu pedido se reunia na Igreja San Girolamo della Carità, orientada para cuidar dos doentes mais pobres que eram dispensados dos hospitais.

Em 1565 fundou a Congregação do Oratianos, uma via apostólica que não contempla voto de pobreza, nem de obediência ou castidade, e que se dedicou à educação e à caridade.
Em Portugal, os Oratianos encontraram-se associados à expansão do Iluminismo, tendo constituído uma referência para criação da nova matriz cultural nacional, um contributo decisivo para a afirmação de uma nova relação entre a Igreja e os rumos científicos que se estavam a impor. Neste contexto, a Igreja começou a deixar de decidir por sua conveniência as linhas de ensino, assistência e justiça.
Por esse motivo, a Congregação do Oratório de São Filipe de Neri salvaguardou-se das acções do *Marquês de Pombal (1699-1782) e, gozando da protecção de *D. João IV (1604-1656), tomou parte activa nas reformas educativas. A primeira morada que esta congregação teve em Lisboa, no ano de 1671, foi a Casa do Santo Espírito da Pedreira, no fim da Rua Garrett, Rua Nova do Almada e Rua do Carmo, tendo sido fundada em 1668 por Bartolomeu de Quental (1626-1698), capelão, pregador da Casa Real.

Na sequência do Terramoto de 1755 mudaram as suas instalações para o Convento das Necessidades. Esta congregação chegou a leccionar Humanidades, Filosofia e Teologia em escolas suas, tais como a acima indicada Casa do Santo Espírito, tal como em Freixo de Espada à Cinta (1673), Porto (1680), Braga (1686), Viseu (1688) e Estremoz (1697).
 
Foi canonizado 27 anos após a sua morte, juntamente com Isidro Lavrador, Inácio de Loyola, Francisco Xavier e Teresa D’Ávila.
Este topónimo foi imediatamente definido aquando da construção do arruamento a que está associado, localizado num terreno onde existia uma quinta contígua aos domínios da Congregação. Esta quinta foi hipotecada pelos seus proprietários, no âmbito de uma dívida contraída com os Oratorianos. Na sequência do falecimento de D. Helena Maria de Melo em 1755, dona do terreno, e não tendo o empréstimo sido saldado, a posse transitou para a Congregação, que aforou o terreno mediante concessão régia, mediante a qual se firmou o compromisso de abertura de uma rua pública para acesso aos moradores, cujo topónimo é justamente o do seu fundador.

Designado Rua de São Filipe Néri, este arruamento tem início no Largo do Rato e termina na Rua de Artilharia 1.