Rua do Cardal de São José

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Este arruamento havia sido anteriormente designado por Rua da Praga. De acordo com o Olisipógrafo *Gustavo de Matos Sequeira, o topónimo estava relacionado com os tempos da Grande Peste de Lisboa, cujo efeito foi devastador em 1569.

Na sessão de 17 de Agosto de 1874 do Governo Civil de Lisboa, foi lido um ofício que incluía um requerimento dos moradores, apelando à substituição do nome deste topónimo para o que actualmente existe: Rua do Cardal a São José. De facto, tratava-se de uma evocação mórbida e trágica, com a qual os habitantes não se sentiam confortáveis. Com efeito, o próprio *Júlio César Machado, que para ali se mudou em 1852 na sequência da morte do seu pai demonstrou essa inquietude: “(…) conservei-me em casa, na casa que meu pai acabara de mandar construir, e onde morávamos havia só quatro meses, numa rua de nome fatal, Rua da Praga.”

A designação escolhida tem uma origem evidente, visto que se cruza com a Rua da Esperança do Cardal e é paralela à Rua de São José. Deste modo, o requerimento teve foi aprovado sem qualquer dúvida por parte da Vereação, que deu seguimento ao processo, oficializando-o por Edital do Governo Civil de 7 de Novembro de 1874, que foi publicado no Diário do Governo n.º 264 do dia 21 de Novembro do mesmo ano.

Designado Rua do Cardal de São José, este arruamento tem início na Rua da Fé e termina na Travessa Larga.

Bibliografia

Rua do Cardal de São José (s.d.). Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa
Lobato, Gervásio (1890). “Júlio César Machado”in Ocidente, vol.13, n.º 400
Sequeira, Gustavo Matos de (1933). Depois do Terremoto. Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa. Coimbra: Imprensa da Universidade, vol. I.

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