Rua Maestro Pedro de Freitas Branco

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Pedro António da Costa de Freitas Branco

Filho de Fidélio de Freitas Branco (1861-1919), deputado e Governador Civil de Évora, e de D. Maria da Costa Sousa de Macedo (n. 1855, descendente do *Marques de Pombal). Nascido no número 23 da Rua da Fábrica das Sedas, pertenceu a uma família de músicos vinculada à música erudita, designadamente o seu irmão, o professor e musicólogo Luís de Freitas Branco (1890-1955) e os seus sobrinhos, o musicólogo João de Freitas Branco (1922-1989) e o compositor e encenador João Paes de Freitas Branco (n. 1928).

Iniciou os seus estudos musicais em casa, onde recebia lições particulares de violino, com os compositores espanhóis Andrés Goñi Otermín (1864-1906) e Franscisco Benetó (1877-1945) e de harmonia e contraponto com o compositor e cronista Tomás Borba (1867-1950).
Embora tendo ingressado num curso de Engenharia no Instituto Superior Técnico, em 1924 tomou a decisão de o abandonar, de modo a dedicar-se exclusivamente à música, tendo para o efeito estagiado em regência de orquestra em Londres nos dois anos subsequentes.
 De regresso a Portugal, em 1928 fundou no Teatro Nacional de São João (Porto) a Companhia Portuguesa de Ópera Lírica, a qual acabaria por se extinguir em virtude de questões de natureza financeira.

Em 1931, casou com Marie Antoinette Lévêque (1903-1896), pianista francesa radicada em Portugal desde 1924, com quem divulgou repertório para piano e orquestra de compositores como o americano George Gershwin (1898-1937), o francês Francis Poulanc (1899-1963), o espanhol Ernesto Halffter (1905-1989), o romeno Béla Bartók (1881-1945), o português Fernando Lopes-Graça (1907-1994), e.o., a nível nacional e internacional.
Desde o seu regresso a Portugal, foi responsável pela promoção dos Concertos Sinfónicos Portugueses (Concertos Sinfónicos de Lisboa) no Teatro Tivoli até 1932. Nesse ano, a sua carreira internacional beneficiou de uma decisiva projecção em virtude de um convite endereçado pelo compositor francês Joseph-Maurice Ravel (1875-1937, autor de Rapsodie espagnole (1907) e Bolero (1928), composto para a bailarina russa Ida Lvovna Rubinstein (1885-1960) ) para dirigir algumas das suas obras em Paris, designadamente o seu Concerto n.º 1.

O sucesso granjeado permitiu-lhe fixar-se um ano depois nessa cidade, onde dirigiu durante quatro temporadas a orquestra dos Concertos Lamoureux (sociedade fundada pelo violinista Charles Lamoureux (1834-1899) em 1887 sob a designação de Société des Nouveaux-Concerts), considerada ainda hoje uma das mais prestigiadas orquestras parisienses.
Em 1934 formou e assumiu a direcção artística da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional de Radiodifusão (conhecida como Orquestra Sinfónica Nacional a partir da década de 1940 e como Orquestra Sinfónica da Radiodifusão Portuguesa desde 1976), tendo dirigido o seu primeiro concerto público no dia 14 de Agosto de 1935 no Convento do Carmo. No âmbito desta função, que desempenhou até ao seu falecimento, promoveu a realização de concertos semanais difundidos em directo pela rádio, bem como a divulgação de repertório inédito de compositores portugueses, encomendado entre 1942 e a década de 1960 pelo Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional.

Entre a inúmera discografia que gravou, foi galardoado com o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros pelos fonogramas Maurice Ravel, Orchestre Du Théâtre Des Champs-Elysées (1952) e Manuel De Falla, Orchestre des Concerts de Madrid -  Le Tricorne / Le Tréteaux De Maître Pierre (1962).
A sua relevância no que respeita à promoção e divulgação da música instrumental e da ópera em Portugal levou a que o seu nome fosse proposto para substituir o topónimo do arruamento em que nasceu e morreu, a pedido da Juventude Musical Portuguesa  (fundada em 1948) e do Sindicato Nacional dos Músicos (1932-1974) que foi deferido no Edital Municipal de 10 de Maio de 1968.

A Rua Maestro Pedro de Freitas Branco inicia-se na Rua Gustavo de Matos Sequeira e termina na Rua da Escola Politécnica.

Obras

Discografia internacional
Stravinsky, Albert Roussel, Falla, National Symphony Orchestra - The Rite Of Spring / Suite In F / El Sombrero De Tres Picos (CD, Album, Mono, 1995);
Schubert, Wagner, Vianna da Motta, Albert Roussel, National Symphony Orchestra - Overture In Italian Style  / Die Meistersinger Von Nürnberg / Vito / Bacchus Et Ariane (CD, Album, Mono, 1996);
Ravel, National Symphony Orchestra, Teatro de S. Carlos Choir, Marie Antóinette Levéque de Freitas Branco - Ma Mère L'Oye / Concerto For Left Hand / Daphnis Et Chloé (Suites Nos. 1 And 2) (CD, Album, Mono, 1996).


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