Rua Manuel de Jesus Coelho

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Manuel de Jesus Coelho (n. Lisboa, 13 Mar. 1803; m. 26 Set. 1885). Jornalista, tipógrafo, editor, jornalista político e combatente liberal.

Iniciou a sua carreira política com apenas 18 anos, em 1826, defendendo o ideário Liberal ao longo de toda a sua vida. Publicista da esquerda liberal portuguesa, possuía uma tipografia, cujas oficinas se encontravam instaladas na Rua do Outeiro, onde, juntamente com o seu cunhado Leandro José Rodrigues, concebia e imprimia clandestinamente publicações de cariz liberal.
Neste contexto, na sequência denúncias, foi alvo de inúmeras rusgas por ordem da Intendência Geral da Polícia, conseguindo sempre lograr os agentes da autoridade. No entanto, em 1831 os seus processos de elusivos não foram foram bem sucedidos, de que resultou o seu encarceramento na Cadeira do Limoeiro.

Em 1833 foi nomeado Chefe de Composição Tipográfica do periódico Chonica Constitucional por *Rodrigo da Fonseca, na época Administrador da Tipografia Nacional. Para desempenhar esta função, foi dispensado do serviço militar, visto que havia assentado praça no 3.º Batalhão da Guarda Nacional. No entanto, aquando do ataque às Linhas de Lisboa pelas forças miguelistas no dia 5 de Setembro, juntou-se em Campolide aos seus camaradas. Terminada a Guerra Civil, foi promovido a Oficial no 15.º Batalhão em 1834, ano em que fundou o jornal Nacional, no qual exerceu o cargo de director durante oito anos, altura em que fundou O Patriota, encerrado por ordem judicial dois anos depois.
Em 1844 tornou a ser preso, desta por implicação na Revolução d’ Almeida, tendo a sua tipografia sido arrestada e os seus equipamentos e matérias-primas selados, circunstância que não o impediu de continuar a produzir os seus materiais reaccionários.

Aquando da Revolução da Maria da Fonte, em Abril de 1846, foi secretamente encarcerado durante 33 dias. Em 1847, durante a Guerra Civil da Patuleia, combateu como capitão nas acções de Estremoz e do Alto Viso, tendo sido condecorado com a Ordem da Torre e Espada e promovido a Comandante do 2º Batalhão de Lisboa. Um ano depois, por ocasião de um processo judicial conhecido por hydras, foi detido novamente, por um período de seis meses.
Distinguiu-se igualmente como um incansável filantropo, tendo sido um dos fundadores da Associação das Classes Laboriosas de Lisboa, do Asilo de Santa Catarina (para os órfãos das vítimas da epidemia de febre-amarela de 1857), do Grémio Popular e da Associação Primeiro de Dezembro. Foi sócio da Associação Tipográfica e subscritor do Albergue dos Inválidos do Comércio, bem como da Associação das Creches.

Designado Rua Manuel de Jesus Coelho, este arruamento tem início na Rua de São José e termina na Avenida da Liberdade, por Deliberação Camarária de 31 de Dezembro de 1887 e respectivo Edital do Governo Civil de 10 de Janeiro de 1888.

Bibliografia

Pacheco, José (2013). A imprensa no cruzamento das artes e das letras in Congresso 8.º SOPCOM: Comunicação Global, Cultura e Tecnologia”
Palmeirim, Luis Augusto Xavier (1885). Manuel de Jesus Coelho. In O Occidente. - Lisboa, vol. 8, nº 245

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