Rua Rodrigo da Fonseca

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Rodrigo da Fonseca Magalhães (n. Condeixa-a-Nova, 24 de Julho de 1787; m. Lisboa, 11 Ago. 1858). Jornalista, político e Ministro do Reino.

Filho de D. Joana da Costa Carvalho e de Luís da Fonseca Magalhães era proprietário e senhore de diversas azenhas. Iniciou a sua formação em Condeixa com um Jesuíta, que lhe ensinou Latim, tendo posteriormente frequentando aulas no Colégio das Artes, em Coimbra. Cursou Teologia na Universidade de Coimbra e, concomitantemente, de Filosofia e Matemática. Tal como *Joaquim António de Aguiar, interrompeu o seu segundo ano universitário para se alistar no Batalhão Académico, num esforço patriótico canalizado para combater a Invasão Francesa liderada pelo General Jean-Andoche Junot (1771-1813), tendo servido como oficial no corpo de Guias, integrando o Regimento n.º 15 com a patente de Alferes.

Envolvido na Conspiração Gomes Freire, evadiu-se para o Brasil em 1817, onde foi acolhido em Pernambuco pelo seu Comandante, o Capitão-General Luis Rego Barreto, que lhe ofereceu encobrimento e a protecção que necessitava.Neste contexto, trabalhou no Brasil (1819-1822) enquanto Secretário do Governador de Pernambuco e, retornado ao continente europeu, exerceu cargos na Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.

Por ocasião do governo miguelista conseguiu evadir-se novamente, desta vez para para Londes, a partir de onde dirigiu dois jornais com o intuito de combater as notícias que o governo de Lisboa publicava contra os liberais e seus apoiantes.
Publicou uma grande quantidade de escritos, tais como Ode Pindarica à feliz restauração de Portugal, e o soneto A Condeixa queimada pelos francezes, mas também colaborou regularmente com periódicos como a A Revista, o Paquete de Portugal, a Aurora Permanbucana, bem como terá sido autor da obra Principios de Economia Politica de Mac-Culoch, para uso dos Estudantes do Instituto hispano-luso do Dr. Silvela.

Apesar de, ao longo da sua vida, ter tido uma intensa actividade política, chegando inclusive a Ministro do Reino, nunca se tendo filiado num partido político. Nesta altura, mais especificamente numa Sessão de Câmara ocorrida em Agosto de 1840, declarou “(...) que não se podia administrar sem liberdade de imprensa”, denotando claramente o seu espírito liberal, acrescentando ainda que “medidas preventivas quero poucas. Ellas inspiram desconfiança, ainda nos países mais bem governados. Não digo jamais uma ou outra não devam ter logar; mas como systema, ou de uso frequente, devem ser detestadas.”

Foi condecorado Cavaleiro da Torre e Espada, com a Cruz n.º 4 das Campanhas de Guerra Peninsular, com a Medalha Britânica das Sete Acções, e com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, esta última que aceitou por insistência da Rainha D. Maria II.

Anteriormente designado Azinhaga do Vale do Pereiro, este arruamento foi renomeado Rua Rodrigo da Fonseca, este arruamento pela Deliberação Camarária de 28 de Fevereiro de 1884 e respectivo Edital do Governo Civil de 4 de Março do mesmo ano, iniciando-se na Rua do Salitre e terminando na Rua Marquês de Fronteira.

Bibliografia

Bonifácio, Maria de Fátima (2013). Um homem singular – Rodrigo da Fonseca. Lisboa: Dom Quixote;
Inocêncio, 7, pp.171-172;
D’Andrade Ferreira, José Maria (1861) Rodrigo da Fonseca in Revista Contemporânea de Portugal e Brazil, vol. III, p. 25;
Macedo, Luís Pastor de (s.d.). Ficheiro Toponímico. Gabinete de Estudos Olisiponenses;
Melo, Ana Homem de (s.d.). Rua Rodrigo da Fonseca. Gabinete de Estudos Olisiponenses;
Serrão, Joel (dir.) (1971). Dicionário de História de Portugal. Lisboa: Iniciativas Editoriais;
Sequeira, Gustavo de Matos (1922). Depois do Terramoto. Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa. Coimbra: Imprensa da Universidade.

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