Rua Rosa Araújo

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José Gregório da Rosa Araújo (n. Lisboa, 17 Nov. 1840; m. Lisboa, 26 Jan. 1893) Deputado, Presidente da Câmara de Lisboa.

Segundo filho de Manuel José da Silva Araújo e Eulália Rosa da Silva, nasceu na Rua dos Correeiros, em Lisboa. Era neto de um comerciante na Baixa Lisboeta, e filho do dono da famosa confeitaria na Rua de São Nicolau, onde começou a trabalhar aos 13 anos de idade, apenas com a instrução primária, tendo herdado esta casa comercial, e uma fortuna considerável.

Entre 1857 e 1871 dirigiu diversas associações de socorros mútuos e empresas comerciais e industriais, período em que chegou a ser presidente da Associação Comercial de Lisboa (1875-1881). Entre 1878 e 1885 foi Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em cujos mandatos foi responsável pela edificação da *Avenida de Liberdade, uma aspiração sua no sentido de dar à cidade de Lisboa uma avenida larga como as existentes noutras cidades europeias, cujos trabalhos se iniciaram no dia 24 de Agosto de 1879 e a respectiva inauguração no dia 28 de Abril de 1886.

A sua ambição pela construção desta artéria da cidade levou-o a pagar do seu próprio bolso as demolições e expropriações necessárias às obras, tendo dito que “eu tenho apenas algumas dezenas de contos, e então ter eu esse dinheiro é o mesmo que tê-lo o Município”. Por exemplo, para a demolição do Teatro das Variedades e da antiga *Rua do Salitre, doou ao Município 22000$00 para a compra desses terrenos. Durante este período determinou a construção do Bairro da Estefânia e do Bairro de Camões (1880), promoveu a conclusão dos Paços do Concelho, criou os asilos-escolares municipais para crianças, tendo novamente ele próprio custeado a creche de Santa Eulália, no Largo da Graça, que assim denominou em memória da sua falecida mãe.

Já antes (1872-73) havia sido vereador, em que se destacou pelo estabelecimento de transportes urbanos sobre carris e consolidação da situação financeira do município.
No biénio seguinte renunciou em conjunto com os vereadores Simões Carneiro, Dr. Alves e Barros Gomes, em resultado das divergências na decoração da fachada principal dos Paços do Concelho, retornando à Presidência Câmara em 1876-77, tendo levado a cabo a construção do mercado da Praça da Figueira e o Asilo Municipal.

Para além da Presidência da Câmara de Lisboa entre 1878 e 1885, foi ainda Deputado e Par do Reino, Comendador da Ordem de Nº Srª da Conceição de Vila Viçosa, (1875-1881), fundou e manteve dois periódicos de cariz político: O Espectro da Granja e a Gazeta Comercial e foi benemérito de várias empresas teatrais.
Ainda em vida, o seu nome foi atribuído a um arruamento de Lisboa, através de decisão da Comitiva Camarária que sucedeu o seu mandato, sob presidência de Fernando Pereira Palha Osório Cabral (1850-1897).

Anteriormente designado Rua n.º 2, este arruamento foi renomeado Rua Rosa Araújo pela Deliberação Camarária de 12 de Abril de 1887 e respectivo Edital do Governo Civil de 19 de Abril do mesmo ano, iniciando-se na Avenida da Liberdade e terminando em Rua Rodrigo da Fonseca.

Bibliografia

Caetano, Alberto (1893). “José Gregório da Roza Araujo” in Occidente, 16.º ano, XVI volume, n.º 508
Rua Rosa Araújo. Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa

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