José Júlio de Sousa Pinto (n. Ilha Terceira, 15 Set. 1856; m. Bretanha, França, 14 Abr. 1939). Pintor.  
Filho de filho de Lino António de Sousa Pinto e de Ana de Sousa Loureiro, nasceu na Ilha Terceira, onde permaneceu até aos três anos, altura em que, por motivos profissionais de seu pai, a família se mudou para a a Ilha de Santa Maria, onde nasceu o seu irmão, o também conhecido pintor Alberto Carlos de Sousa Pinto em 1861 (m. 1928).

Recebeu da sua mãe as primeiras lições de pintura aos quatro anos de idade, que prosseguiu com o cenógrafo Cândido José Xavier, desta feita já em Ponta Delgada. Em virtude da colocação de Lino de Sousa Pinto na 3.ª Vara Cível do Porto, em 1869 a família mudou-se esta cidade onde, um ano volvido, foi matriculado na Academia Portuense de Belas Artes, nos cursos de Desenho, Arquitectura e Escultura. Permaneceu neste estabelecimento de ensino durante oito anos, estudando sob a orientação de professores como os reputados Tadeu Maria de Almeida Furtado (1810-1901), João António Correia (1882-1896) e António Manuel Soares dos Reis (1847-1889).

Tendo concluído todos os cursos com brilhante distinção em 1878, ganhou três prémios pecuniários e uma bolsa do Estado no estrangeiro, na categoria de Pintura de História, tendo nesse contexto partido para Paris com o seu colega Henrique César de Araújo Pousão (1859-1884), onde iniciou, em 1880, os estudos de preparação para o acesso à Escola Nacional Superior das Belas Artes de Paris no atelier de Alexandre Cabanel (1823-1889).
Um ano depois, terá conhecido Louise Marie Gabrielle de Bigot (1853-1927), com quem casou e teve dois filhos, Marguerite Marie de Souza Pinto (1887-1965) e Carlos Luís de Sousa Pinto (1892-1956). Durante este período, produziu várias obras premiadas, tendo recebido, em 1894 o grau de Cavaleiro de São Tiago pelo Estado Português e, um ano depois, o grau de Cavaleiro da Legião de Honra do Governo Francês, bem como a Medalha de Ouro na Exposição Universal de Atlanta, Estados Unidos da América.

Em 1903 mudou-se para Pont-Scorff, que lhe serviu de refúgio para se dedicar ao seu trabalho, tendo regressado a Portugal durante a I Guerra Mundial, estabelecendo-se em Lisboa, altura em mais terá produzido ao longo da sua carreira, de que resultou uma exposição que organizou nesta cidade em 1916, onde apresentou a retrospectiva da sua obra.
Regressado a França, não deixou de manter a ligação com o seu país de origem, tendo tido uma exposição composta por cinquenta e cinco quadros no Salão Silva Porto em 1929, um ano depois do falecimento do seu irmão Alberto e dois anos depois do falecimento da sua mulher. No final desse ano inaugurou uma Mostra na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa.

Em 1932, o pintor Júlio Pina (1873-1951) organizou no Salão Silva Porto uma Exposição em sua homenagem e consagração intitulada Mestre Sousa Pinto, Artista de Portugal e Mestre Pintor da França, na qual foram expostos cento e dois trabalhos, produzidos ao longo de uma carreira de sessenta anos.
Faleceu no dia 8 de Abril de 1939 na sequência de um desastre de viação com o seu filho, ocorrido no percurso para a Bretanha, local que frequentava habitualmente para pintar.

Aida Alves de Oliveira Santos, Mestre em História da Arte Portuguesa em 2011 pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com uma dissertação intitulada José Júlio de Souza Pinto na Bretanha, resume de modo claro as características da personalidade homenageada por este topónimo:
“José Júlio de Sousa Pinto foi reconhecido entre os melhores pintores e considerado um incontornável manejador de pastel do seu tempo. Na sua obra, vasta e duradoura de mais de sessenta anos, manteve-se sempre fiel à escola que o formou, tanto no rigor do desenho, como da composição, descobrindo a liberdade e expressão na aplicação da técnica da cor, tendo fortalecido a sua individualidade artística e personalidade perseverante”.
José Júlio de Sousa Pinto está representado em museus estrangeiros (França, E.U.A., Brasil e Austrália) e, em Portugal, no Museu Nacional de Soares dos Reis e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, no Museu de Grão Vasco, em Viseu, na Casa-Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia e no Museu do Chiado, em Lisboa.

Designado Rua Sousa Pinto pela Deliberação Camarária de 18 de Outubro de 2015 e respectivo Edital do Governo Civil de 15 de Novembro do mesmo ano, este arruamento inicia-se na Rua Seara Nova, não tendo saída.