Travessa do Monte do Carmo

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O estudo da Toponímia constitui um desafio cuja dificuldade varia de acordo com as fontes disponíveis, aliás, como qualquer processo de de investigação.

Para garantir a validação e objectividade dos nossos textos, o cruzamento de dados é uma condição sine qua non, evitando desde logo especulações e rumores sobre possíveis origens de cada topónimo, exceptuando-se eventuais lendas ou contos decorrentes da tradição oral e escrita.
Nos casos em que não existem fontes primárias, documentais, consideramos que a designação do arruamento e o seu simbolismo se encontram diluídos no tempo, cabendo-nos persistir na busca de novos dados.

No caso deste arruamento, sabemos que, de acordo com o Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa, resultou da oficialização da sua uma designação, visto ser de uso corrente sem ter origem ou motivo de nomeação conhecidos. Este processo ocorreu ao longo de dezanove reuniões da Comissão de Toponímia, constituída pelo Presidente da Câmara de Lisboa Eduardo Rodrigues de Carvalho (1891-1970) pelo Despacho de 26 de Outubro de 1943.

De acordo com o Olisipógrafo Norberto Moreira de Araújo (1889-1952), toda a zona em que este arruamento se inclui foi de construção pós-Terramoto de 1755, na época designado por Sítio do Pombal. Desconhece-se desde quando surgiu esta denominação, sendo que, já existia, pelo menos desde 1911, por estar incluída na Planta Topográfica de Lisboa, obra criada pelo Eng.º Júlio António Vieira da Silva (n. 1860) com a colaboração do Agente Técnico de Engenharia Alberto de Sá Correia (1874-1937) entre 1904 e 1911.

Este topónimo estará associado à Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, fundado em 1629, que possuía a sua capela na igreja do Convento do Largo do Carmo.

No entanto, não existe qualquer demonstração ou evidência que nos permita explicar cabalmente a sua origem. Embora sejam várias as referências toponímicas, bem como monumentos evocativos a Nossa Senhora do Carmo em Lisboa, nenhum se encontra próximo deste arruamento. São exemplo a Calçada do Carmo, Escadinhas do Carmo, Largo do Carmo, Rua do Carmo e Travessa do Carmo, todos situados na Freguesia de Santa Maria Maior.

Designado Travessa do Monte do Carmo, este arruamento tem início na Rua Cecílio de Sousa e termina na Calçada Engenheiro Miguel Pais.

Bibliografia

Travessa do Monte do Carmo (s.d.). Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa
Araújo, Norberto de; Barata, Martins (1938). Peregrinações em Lisboa. Lisboa: Parceria A. M. Pereira;
Santana, Francisco; Sucena, Francisco Eduardo (dirs.) (1994). Dicionário da História de Lisboa. Mem Martins: Gráfica Europam;

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