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Espaço Júlia - E já passaram 4 anos
O ESPAÇO JÚLIA nos primeiros meses de funcionamento, atendeu mais de 200 pessoas, e agora, passados quatro anos, esse número ascende a mais de 2.500 vítimas.
“Lamento profundamente a necessidade de existência deste espaço” palavras de Vasco Morgado, presidente da Freguesia de Santo António, que acrescenta “Infelizmente a realidade tem-nos vindo a dar razão quando tomámos a iniciativa de construir este espaço de proximidade, pelo número crescente de vítimas às quais podemos dar algum apoio.”
As denúncias são maioritariamente efetuadas por vítimas do sexo feminino, entre os 30 e os 55 anos, sem predominância de classe social ou nível escolaridade, já que são crimes transversais a essas realidades. De referir ainda que no ano transato “o ESPAÇO JÚLIA recebeu 75 denúncias de vítimas do sexo masculino”, o que, nas palavras de Inês Carrolo, diretora técnica do Espaço, vem demonstrar que “a violência doméstica não tem, na realidade, um padrão”.
O espaço caracteriza-se essencialmente pela diferenciação no tratamento das vítimas, sendo que o atendimento não se centra apenas na violência doméstica, mas também às pessoas particularmente vulneráveis, como é o caso de idosos, crianças e jovens.
Este projeto nasce de um protocolo tripartido - Freguesia de Santo António, o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública e o Centro Hospitalar Lisboa Central – que permitiu a abertura de um espaço único no país, em julho de 2015.
A funcionar na rua Luciano Cordeiro, em instalações junto à entrada do Hospital Santo António dos Capuchos, o Espaço Júlia tem uma entrada independente, estando asseguradas a privacidade, o conforto e a segurança devida às vítimas deste tipo de crime.
Funciona 365 dias por ano, 24 horas por dia com um atendimento especializado, feito por técnicos de apoio à vítima da Freguesia de Santo António, com formação específica na área da violência doméstica, conjuntamente com agentes da PSP.
O nome deste equipamento - ESPAÇO JÚLIA - é uma homenagem a Júlia, idosa que vivia nesta mesma Rua e que no dia 25 de setembro de 2011, aos 77 anos, num ato de violência doméstica, foi assassinada pelo marido, com quem estava casada há mais de 30 anos.