Reabertura do Jardim do Amor

Reabertura do Jardim do Amor

Jardim do Torel voltou a reabrir na Freguesia de Santo António, no dia 1 de junho.

Inserido no tecido urbano de Lisboa como jardim/miradouro, típico da colina de Santana, é um espaço que nasceu do século XVIII, como propriedade de um desembargador rico da altura de nome de Família Thorel. Esta cedeu o jardim no início do século XX, e foi esta a razão que deu o nome ao jardim. 

Um jardim com história, que se foi formando lentamente adquirindo espaços em patamares, sofrendo diferentes utilizações e vivências, ganhando lagos e varandas de contemplação da vista, espaços de recreio e de estadia e até uma Escola.

No início do século XXI começou por perder algumas características próprias do jardim e era premente, segundo o Presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, “uma nova requalificação, uma necessidade de voltar a um passado mais recente, de uma memória de quem ainda viveu o jardim anteriormente à última alteração. Transformá-lo no Jardim do Amor”.

A proposta apresenta à Arquiteta Paisagista, Raquel Alho, foi a de um espaço para namorar e, para tal a mesma pensou em criar “espaços para o utilizador se sentar num relvado e com uma envolvência de plantas que causam sensações. Recantos que “redirecionam o olhar” para uma das vistas do miradouro e que ao longo do ano as estações vão ditar as cores e o volume dos espaços verdes. Proporcionando a sensação de segurança e privacidade com cheiros, cores e texturas diferentes, e a vista de Lisboa como cenário principal”.

A área que foi sujeita à requalificação teve em conta a história do jardim, como não alterou a forma e os caminhos do jardim, de maneira a não descaracterizar e destruir a imagem de enquadramento Palaceal.

Todos os espaços foram tratados de modo diferente devido à sua génese e ao diferente uso, mas os elencos florísticos permitem um fio condutor entre os espaços, para que se tenha uma perceção do jardim como um todo. Uma explicação dada por Raquel Alho.

No patamar de cima, é um patamar /miradouro com maior ligação à história do conjunto palaceal, o elenco florístico foi escolhido tendo em conta a sua época de origem. São plantas autóctones com uma mistura de plantas de génese exótica para a altura, mas que hoje em dia já fazem parte das espécies mais usadas neste tipo de jardins com história, tais como as strelitzias, papyrus e palmeiras anãs. 

A escolha do elenco florístico para o segundo patamar, o patamar que tem entrada pela Calçada Moinho de Vento, é mais de enquadramento dos espaços verdes que têm vários usos. Desde relvado em canteiros que se projetam os filmes do cinema ao ar livre, como na montagem de paredes de escala. Os outros de enquadramento de bancos de estadia com tamanhos, formas, tons e texturas diferentes, em que o vento toca nelas e estas balançam de forma diferente causando uma sensação de tranquilidade a quem as observa.

Na zona da envolvente da Escola, temos um enquadramento mais apropriado a esta condição. Tem de proporcionar segurança, usufruto, interesse pelas plantas e tornar belo. Assim, Junto aos muros criou-se uma cortina colorida de 'callistemons' e criando uma mancha de plantação de enquadramento com gramíneas e plantas carnudas e perenes. Criou-se um espaço em relvado para que se possa oferecer uma zona de estadia e de atividades fora das instalações escolares com um objetivo mais lúdico. As escadarias, têm dois taludes revestidos com plantações, para que se consiga manter as terras, estas plantas terão uma manutenção mais específicas, tendo em conta que o seu crescimento tem de ser controlado em termos de segurança pública e o 'prender das terras' no talude”.

O Jardim do Torel foi alvo de uma profunda intervenção desde o sistema de rega, à fertilização dos terrenos, à plantação de diferentes espécies, à requalificação dos pavimentos como à restauração de todas as estruturas em ferro. A intervenção foi financiada pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), executada pela Junta de Freguesia de Santo António.

O que a Freguesia de Santo António pretendeu fazer foi trazer de volta a varanda onde tantos lisboetas iniciaram a sua vida amorosa.

 

A todos os visitantes dos nossos jardins, lembramos que devem cumprir as normas e as orientações da DGS de prevenção do COVID-19:

- Uso obrigatório de máscara;
- Higienizar as mãos à entrada;
- Manter distância de segurança (2 metros)