Alta Tensão

Alta Tensão

Um palácio neo-árabe do século XIX que já se tornou num edifício emblemático do Príncipe Real. Conhecida como a Embaixada – Galeria Comercial Portuguesa - é impossível ficar indiferente quando entramos e nos deparamos com as escadarias, as salas que se cruzam e se unem com uma série de marcas e artistas nacionais ligados ao design, moda, gastronomia e arte. E foi no Art Embassy que conhecemos Mafalda Silva Pereira. Há um ano responsável por um espaço, como a própria afirma, lindo e digno que nada do que aqui se faz e se apresenta, seja no mundo da pintura, fotografia, escultura, pode ser menor. “Isto não é uma galeria, na verdadeira conceção da palavra, aqui existe outro conceito. As portas abertas têm interferências de lojas mas é um espaço onde a arte portuguesa é divulgada de uma forma importante e com acesso a um público maioritariamente estrangeiro. Os estrangeiros acabam por encontrar e conhecer a pintura, fotografia e escultura portuguesa”. Foi um desses trabalhos que acabámos por conhecer no dia da nossa visita. Numa abordagem diferente com a iluminação João de Barros utilizou “objetos pré existentes, com carga histórica e simbólica mas produzidos em série, alguns sem nenhum mérito artístico evidente, e ao libertá-lo do seu objetivo funcional, ao dar-lhe um título e ao modificar o contexto e o ângulo a partir do qual seria normalmente visto, transformou-o de facto numa obra de arte”. Esta é a definição que podemos ler da exposição Alta Tensão que pode ser apreciada até ao dia 3 de fevereiro, na Praça do Príncipe Real, nº26. “É um aproveitamento de peças que tem um fim diferente mas que colocadas de outra maneira ganham um sentido estético distinto. Uma forma de também lançar um repto a quem vê, de que é possível fazer algo engraçado com coisas que há partida já não têm utilidade”. Uma nova abordagem apresentada ao longo de 11 peças expostas no piso superior da Embaixada, e nas quais João recorreu a materiais que trocou com amigos, que encontrou em stand de automóveis ou mesmo na Feira da Ladra. No final, a peça mantem a sua utilidade inicial, pois nada é estragado ou mesmo colado. E não estranhe se encontrar peças com nomes ligados à sétima arte. “O João conseguiu fazer em todas as peças que temos aqui transformá-las numa outra arte, ligadas à luz em todos os sentidos. Tem sido uma exposição interessante, muito fotografada e que as pessoas se interessam”, afirma Mafalda Silva Pereira, feliz com o resultado da exposição na Art Embassy. [cycloneslider id="alta-tensao"]

(28/01/2016)