Palimpsesto Urbano

Palimpsesto Urbano

Camada após camada usando desenhos, textos até criar uma harmonia entre cores e formas. Assim vai surgindo o trabalho de Mário Santiago, inaugurado a 16 de junho, na Biblioteca Arquiteto Cosmelli Sant’Anna (BACS). “O que pretendo é aproveitar a estética de rua e transformá-la numa linguagem mais próxima das pessoas. Dar-lhe valor”, diz o artista natural de São Paulo, filho de pais portugueses. Entre Portugal e Brasil, Mário segue a sua linha de trabalho usando algumas figuras recorrentes mas como o próprio afirma “é tudo usado de forma intuitiva, de gostar e reproduzir. As imagens não têm ligação umas com as outras, estão lá um pouco como os cartazes que vemos na rua”. No dia da inauguração da exposição “Palimpsesto Urbano” o artista explicou ainda como se compara esta técnica ao trabalho feito pelos monges medievais. “Palimpsesto era uma técnica dos monges medievais que raspavam os pergaminhos, principalmente os textos gregos, depois reutilizavam esses pergaminhos com textos católicos. Acontece que ficava sempre um pouco das mensagens anteriores. O mesmo acontece nas ruas com os cartazes, os grafitis que se vão sobrepondo. Vão-se limpando, raspando mas fica sempre uma imagem anterior”. Imagens e textos que ajudam a compor os nove quadros na BACS. Uma exposição patente até ao dia 1 de julho, de segunda a sexta das 10h às 18h.