Rua Bernardim Ribeiro

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Bernardim Ribeiro (n. Vila do Torrão, 1480 [?]; m. Lisboa, 1552 [?]). Poeta e novelista

A informação sobre Bernardim Ribeiro é escassa. Desde datas a locais de nascimento e morte a relatos autobiográficos, a especulação é muita. Poderá entender-se pela literatura existente que a sua origem remonta a uma vila localizada a 35 Km de Alcácer do Sal, Vila do Torrão, e que terá morrido no Hospital de Todos-os-Santos em Lisboa.

Existem dados de algum modo validados no website da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, localidade onde existe uma estátua que o homenageia. As fontes provenientes do seu Francisco Sá de Miranda (1481-1558), proeminente poeta humanista, também darão um valioso contributo para a reconstrução sua biográfica.

Filho de Luís Esteves Ribeiro (tesoureiro do infante D. Fernando, filho de D. Manuel), frequentou o curso jurídico da Universidade entre 1507 e 1512. Casou com D. Maria Vilhena, filha de D. Manuel de Meneses, senhor de Cantanhede, que o deixou, poucos anos depois, viúvo e com uma filha. Numa busca efectuada no website genealógico Geni, encontra-se a referência que poderá validar esta acepção publicada pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal: Maria de Vilhena, mulher de Bernardim Ribeiro Pacheco e de cujo matrimónio surgiu a descendente Joana de Meneses. Nesta fonte encontra-se ainda a informação que corroborará a descendência de Bernardim Ribeiro, sendo indicado que é filho de Luís Ribeiro e de Isabel Pacheco, muito embora com datas desfasadas.

Outras fontes provêm do seu amigo Francisco Sá de Miranda (1481-1558) o proeminente poeta humanista.

Foi nomeado escrivão da Câmara de D. João III (em 1514 ou 1524 [?]), frequentou a Corte de Lisboa, onde era um considerado poeta, tendo participado nos serões do Paço. Aponta-se também a sua integração no exército, especificamente nas Armadas da Índia, tal como ter desempenhado o cargo de moço-fidalgo, capitão da Fortaleza de São Jorge da Mina.

Para além de doze poemas incluídos no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1470-1536), compilação de poemas de poesia palaciana publicada em 1516, Bernardim Ribeiro foi também autor de cinco éclogas, de uma sextina e da novela incompleta Saudades, comummente conhecida por Menina e Moça, publicada pela primeira vez em 1554 em Ferrara (Itália) sob a orientação do judeu exilado Abraão Usque, a qual, e mais uma vez, considerando a falta de evidências concretas, apenas enquanto hipótese proposta por alguns investigadores, poderá ter um significado velado acerca do seu judaísmo, contexto que poderia inclusivamente justificar o seu afastamento da Corte. A esta edição de Ferrara seguiu-se uma segunda edição em Évora, por André de Burgos (1557), e uma terceira, Arnold Birckman em Colónia (1559).

Designado Rua Bernardim Ribeiro, este arruamento tem início em Rua Gomes Freire e termina em Rua da Sociedade Farmacêutica, por Deliberação Camarária de 5 de Dezembro de 1901 e no Edital do Governo Civil da mesma data.

Bibliografia

AAVV (s.d.). Bernardim Ribeiro. Câmara Municipal de Alcácer do Sal.
AAVV (s.d.). Enciclopédia portuguesa e brasileira. vol. 25, Lisboa: Rio de Janeiro.
AAVV (s.d.) Enciclopédia luso brasileira de cultura. vol. 16. Lisboa : Verbo
Pilla, Lúcia (2015). Bernardim Ribeiro Pacheco. Geni.com.
Santos, Ainda (1990). Das questões enunciativas aos mundos representados na Menina e Moça. Dissertação de Mestrado em Ensino da Língua Portuguesa. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Sellers, María Rosa Álvarez (2002). “Texto e estrutura de Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro in Cuadernos de Filología. Ano L., pp. 417-430

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