Travessa da Horta da Cera

Hortas da Cera
Este topónimo surgiu pela primeira vez em registo em 1709, nos livros de assentos de óbitos da paróquia de São José.
Incluía-se nos terrenos conhecidos no século XVII pelas Hortas de São José, ou São José Entre-as-hortas, onde nobreza e clero se estabeleciam em quintas ou templos, respectivamente, pela serenidade e recolhimento bucólico que as caracterizava.
*Gustavo de Matos Sequeira (1880-1962) enumerou algumas, datadas desde 1666: Horta da Passagem ou da Passagem do Desterro (1666); Horta dos Vargas (1666); Horta do Conde da Ericeira, do Conde de Castelo Melhor e do Conde da Castanheira (1666); Horta da Mancebia (1667); Horta de António da Fonseca (1667); Horta do Salitre (1667); Horta das Freiras da Anunciada (1668); Horta de D. João de Castro (1670); Horta do Salvaterra (1670); Horta dos Ulmeiros ou dos Ulmos (1670); Horta de Fernão de Sousa (1671-1700); Horta da Palmeira (1671); Horta de António da Costa (1676); Horta de Tristão da Cunha (1676); Horta de D. Francisco Rolin (1677); Horta do Gameiro (1680); Horta de António da Silva de Alte (1681); Horta dos Cartuxos (1689); Horta da Cera (1709); Horta do Índia (1718); Horta do Santíssimo (1718).
Em 1755, este arruamento era conhecido por Horta do Cerieiro, e serviu de local onde se despejava o entulho das ruínas de Lisboa no seguimento do Terramoto.
Com a inauguração do Passeio Público, posteriormente designado por *Avenida da Liberdade, em 1764, a Horta da Cera foi segmentada em dois extremos, na *Rua de São José e na *Rua do Salitre, dos quais resta apenas o último, a Travessa da Horta da Cera.
Designado Travessa da Horta da Cera, este arruamento inicia-se na Avenida da Liberdade, terminando na Rua do Salitre.
Homem de Melo, Ana (s.d.). Travessa da Horta da Cera. Lisboa: Gabinete de Estudos Olisiponenses;
Sequeira, Gustavo Matos de (1917). Depois do Terremoto. Subsídios dos bairros ocidentais de Lisboa. Vol. II. Lisboa: Academia das Sciências de Lisboa,