100 Anos Parque Mayer: 1922-2022

100 Anos Parque Mayer: 1922-2022

Fez parte e impôs-se na história e cultura da cidade de Lisboa como local de divertimento e catedral da revista e do lazer. Inaugurado no ano de 1922, o Parque Mayer rapidamente se afirmou como um centro de teatro e revista.

A 1 de julho de 2022, dia em que o Parque Mayer inicia a celebração do seu Centenário, com uma programação da Junta de Freguesia de Santo António de Lisboa, da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC, muitos foram aqueles que vieram ao Parque homenagear os artistas, o teatro, mas acima de tudo a cultura.

Um dia que começou bem cedo com uma emissão especial por parte da RTP que esteve em direto com os apresentadores Tânia Ribas de Oliveira e Carlos Malato. “Foi um privilégio muito grande ter estado aqui. Lembro-me muito bem de vir ao Parque Mayer com os meus avós quando era pequena”, afirma Tânia no final da emissão e satisfeita por encontrar vontade no futuro deste espaço.

Um “espaço mágico” para Vasco Morgado, Presidente da Junta de Freguesia Santo António, que ao lado do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, inauguraram duas exposições documentais, uma na Praça dos Restauradores outra no recinto do Parque, que nos contavam a história dos 100 anos deste polo cultural.

“O Parque já merecia isto. Isto é um pontapé de saída para voltarmos a ter o Parque Mayer e a devolvermos às pessoas, a Lisboa e a Portugal. O Parque Mayer não é só de Lisboa, é português, é de Portugal, é de nós todos, é dos artistas (...). Tenho a certeza que desta vez vamos conseguir ter um polo de cultura, de ensino e de ciência. Nós queremos e merecemos um Parque Mayer 2.0. Viva o Parque Mayer”, palavras emocionadas do Presidente Vasco Morgado no palco do Pavilhão Portuguez, uma réplica criada para estes cem anos.

Já Carlos Moedas afirma que o “Parque Mayer não vai morrer, vai renascer. Nós vamos conseguir dar a volta e vamos conseguir trazer o Parque Mayer para outro patamar. Um patamar da inovação (...). Olhar fora da caixa e pensar o que é o futuro, e trazer esse futuro para dentro do Parque Mayer. Estamos comprometidos para mudar”.

Uma mudança que pretende voltar a posicionar o Parque Mayer como um espaço de cultura de referência na cidade de Lisboa.

 

CULTURA MEDALHADA

Memórias… Partilhas … marcaram o final deste primeiro dia de comemoração do Centenário do Parque Mayer. A tarde terminou com a homenagem a Marina Mota, a Carlos Cunha, a Fernando Mendes, a José Raposo e a Vera Mónica, pela Câmara Municipal de Lisboa, com as Medalhas Municipais de Mérito Cultural. 

Para o Presidente Carlos Moedas, a Marina Mota “é uma das melhores atrizes deste país. Uma dedicação e força de trabalho. E ela faz tudo e não tem medo de fazer tudo. Por isso é um gosto pessoal dar-lhe esta medalha cultural da nossa cidade”. A atriz visivelmente emocionada afirma que mais importante do que a medalha foi “o gesto da presidência da Câmara. Achei brilhante o seu discurso quando recordou os tempos em que a sua família o trazia aqui ao Parque e lembrar que os atores são uns lutadores. E digo que ele (Carlos Moedas) também o é, ao querer fazer do Parque Mayer o 2.0. A ele quero dar-lhe a medalha do meu coração e agradecer-lhe eternamente este gesto”.

Carlos Cunha foi outro dos homenageados que Carlos Moedas referiu como “uma pessoa que quando olhamos para ele vemos o seu coração por ser tão transparente”.

Um gesto que o ator só podia agradecer: “esta medalha não é só para nós, é para muitos atores. Há muita gente que manda e nos podia tratar como pessoas e que nos ignora. E por isso este gesto, enche-nos de orgulho, não só pela medalha, mas pela forma como fomos tratados. Obrigado”.

Muito feliz por estar neste Centenário e nesta homenagem estava Fernando Mendes que “há 59 anos que venho para aqui. Tive a sorte de me estrear aqui, por isso este espaço tem muito significado. Lembro-me do Parque Mayer antigamente, claro que nada é igual, tudo muda. Mas sinto-me muito feliz por termos ainda a Junta de Freguesia que se empenha muito em fazer algo por este espaço (...) e agora receber uma medalha da Câmara Municipal de Lisboa fico sem palavras, mas grato para a vida toda por terem esse carinho comigo”.

“As palavras são poucas para dizer a admiração que tenho” confessa o Presidente Carlos Moedas quando se refere a José Raposo, outro dos atores homenageados, que partilhou esta sua medalha com a atriz Maria João Abreu.

Por fim, o agradecimento a Vera Mónica “por aquilo que sempre foi e por tudo aquilo que fez”, como referiu Carlos Moedas. Uma atriz que quando chega a Lisboa, é o Teatro Capitólio que a recebe na sua estreia na comédia A Menina Alice e o Inspector.

“Eu conheci o Parque Mayer cheio de luzes, cheio de tudo, cheio de gente e cafés. E esperemos que o Parque Mayer 2.0 vá para a frente, porque fica aqui um polo de cultura no centro da cidade”, conclui a atriz.

O Parque Mayer foi durante todo os mês de julho o ponto de encontro de várias iniciativas.