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"O Tempo que Resta"
Decorre o ano de 1948 numa soalheira e tranquila Nazaré que é invadida pelas tropas israelitas. E assim começa o filme “O Tempo que Resta”, de Elia Suleiman, que esteve na Freguesia de Santo António, no âmbito do Lisbon & Estoril Film Festival. “É difícil descrever este filme mas devo dizer que foi o mais difícil de fazer por causa do assunto e do seu aspeto pessoal. Mas o que aconteceu é que há muito que sentia a vontade de contar a história do meu pai que ocupa uma grande parte do filme”. E assim começava a conversa do realizador presente pela primeira vez na Cinemateca Portuguesa, confessando que não gosta de fazer muitos filmes, apenas quando estes “se tornam necessários”. “O Tempo que Resta” retrata a história ao longo de quatro momentos em que o espectador acompanha com muito humor a evolução da história da Palestina e a história da família de Elia.“O filme começa em 1948 e vai avançando no tempo, acabando por se tornar nas minhas memórias com a minha família, até ao presente”, recorda Elia Suleiman. No final o filme tornou-se uma agradável surpresa para os presentes, como foi o caso de Vânia Farinha. “Achei interessante porque aborda o problema do Médio Oriente da causa palestiniana de uma forma cómica e séria. Às vezes a comédia é a melhor forma de falar de assuntos sérios”. O momento de eleição foi quando Elia “aparece a fazer de ator”. O filme recebeu o Prémio Europeu para Melhor Filme Estrangeiro, o Prémio Pérola Negra por Melhor Argumento sobre o Médio Oriente no Festival de Abu Dhabi e o Prémio da Associação de Críticos de Cinema Argentino. [cycloneslider id="o-tempo-que-resta"]