Diálogo das Estátuas

Diálogo das Estátuas

A manhã de sábado convidava a mais um percurso cultural organizado pela Freguesia de Santo António e o Centro Nacional de Cultura para um diálogo inesperado com as estátuas. O ponto de encontro: a Avenida da Liberdade, uma das artérias mais célebre da cidade de Lisboa. O guia, um apaixonado pela cidade, Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura, que colocou os presentes em contacto com a História através das estátuas. “As estátuas representam memórias e as memórias representam escrita, iniciativa, ação e é bom que as pessoas estejam atentas a essas memórias uma vez que a sociedade se faz muito dessa recordação”, conclui. A visita teve início na estátua de Camilo Castelo Branco, “o primeiro romancista português que viveu exclusivamente da escrita”, passando depois por quatro grandes referências da cultura de oitocentos: Almeida Garrett, “o fundador do romance moderno em Portugal”; Alexandre Herculano, “considerado como o maior historiador português do século XIX e dedicou-se à agricultura tendo produzido um azeite de elevada qualidade e reconhecido internacionalmente, o “Azeite Herculano”; António Feliciano de Castilho: “um extraordinário pedagogo” e Oliveira Martins “conhecido pelo seu trabalho como historiador e sociólogo”. Memórias e curiosidades que foram desvendadas ao longo da manhã do dia 30 de setembro. Uma das presenças habituais nestes passeios tem sido Célia Ferraz que confessa que “as pessoas não conhecem o que temos na cidade e coisas tão ricas. Locais que passamos tantas vezes e não vimos”. E depois desta “manhã maravilhosa” afirma que vai começar “a descer e a subir a Avenida com outros olhos”, afinal “Sabia que existiam as estátuas mas nunca tinha olhado para elas com olhos de ver. É um conjunto tão rico que não dá para descrever tanta emoção”.