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A Arte saiu à rua
De sorriso rasgado, cheia de vida e cor, com um espírito rebelde, sem complexos, nem culpas. Umas com língua de fora, outras mais sisudas, mas sempre bonitonas. É assim que a velhice é vista e retratada por Maria Seruya, designer de formação. O projeto surgiu há um ano, de forma genuína e todas elas são caras “que imagino e desenvolvo com ideias e intenções”, como a autora conta. E é desta forma descomplexada que as “Velhas Bonitonas” se apresentaram pela primeira vez na segunda edição do Jardim das Artes, que decorreu no dia 30 de setembro, no Jardim das Amoreiras. “Uma iniciativa espetacular para nós artistas uma oportunidade de dar a conhecer o nosso trabalho fora do atelier, conhecer e estar ao lado de outros artistas. Num espaço só para a arte e dedicado à arte. Acho espetacular”, acrescenta. Um requisito comum a todas estas caras pintadas a carvão, lápis de cor ou com acrílico é que “ousam ser quem querem, sem complexos nem culpas”. “As pessoas não ficam indiferentes e começam elas próprias a pensar no seu processo de envelhecimento. Aqui quantas mais rugas melhor e menos complexos melhor. É trabalhar o descomplexo e a beleza feminina na sua forma mais pura”, conclui. Do outro lado do Jardim das Amoreiras, encontrámos Tiago Taron que, na companhia das suas aguarelas e ao som de música clássica, dava cor a mais um trabalho. “Eu pinto muito no jardim. Ajuda à concentração e consigo juntar o útil ao agradável. É um sítio bonito, estou em paz e a aguarela nisso é muito portátil. Papel, um pouco de água e já está”. O Jardim das Artes é uma iniciativa anual da Associação Boa Vizinhança de Santo António e tem por objetivos trazer a Arte para a rua tornando-a mais próxima e acessível a todos. Uma parceria com a Freguesia Santo António de Lisboa, a Casa Museu Medeiros e Almeida, a Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva e a Papelaria Fernandes.